Modelar a Metrópole Governo do Estado do Rio de Janeiro The World Bank Group

Notícias

Falta de integração é um dos maiores entraves da mobilidade urbana

23 de outubro de 2017

Ônibus, metrô, trem, bicicleta, automóvel e até mesmo os próprios pés. O transporte urbano nas grandes metrópoles exige, não apenas uma, mas muitas soluções e alternativas que facilitem o deslocamento diário de seus cidadãos.

No Brasil, as obras de transporte urbano realizadas na última década deixaram o país mais perto de inovações tecnológicas em regiões consideradas exemplos de mobilidade ao redor do mundo. Cidades como Rio de Janeiro e Curitiba, por exemplo, adotaram modelos para implantação do BRT e VLT semelhantes aos utilizados por países como Suíça e Espanha. Mas, de acordo com especialistas, faltam, na ampliação da oferta de transporte, projetos que aumentem a integração entre os modais e que tragam vantagens como ganho de tempo e menor custo tarifário.

Na prática, a integração acontece de três formas: física, tarifária e temporal. A primeira é quando os veículos se dirigem a um mesmo local, onde o passageiro pode trocar de condução. No segundo, há uma padronização do valor cobrado, o que permite a utilização de outros transportes com a mesma tarifa. Já com a temporal, o usuário não fica limitado a um espaço específico para a troca.

No último dia 16, em discurso a uma plateia de urbanistas e arquitetos no Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o diretor executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro, falou sobre o problema da falta de integração entre os modais.

“O transporte coletivo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ao longo de todos esses anos, não se desenvolveu buscando uma conectividade intrametropolitana. Hoje, se você estiver em Nova Iguaçu e quiser ir a Caxias, você precisa pegar um trem até São Cristóvão, na capital, para então voltar pra Caxias. A mesma coisa acontece em Campo Grande. Saindo de Nova Iguaçu, é preciso voltar até Irajá para então seguir para Campo Grande”, criticou o executivo da Câmara.

Segundo Loureiro, as soluções para essas questões passam por medidas como incentivar a redução da dependência da Região Metropolitana em relação ao centro da capital e a ampliação do enraizamento e da integração entre as centralidades regionais e suas vizinhanças, por meio de projetos de vias e serviços transversais.

Loureiro afirma ainda que há problemas de desarticulação no planejamento, na gestão e na operação do sistema de transportes. O resultado disso, segundo ele, é a falta de articulação entre os diferentes modais que não formam uma rede com referências e elementos comuns – sistema tarifário, nível de serviço, sistema de informação, padrão de oferta, entre outros – mas um sistema fragmentado, com mercados arbitrariamente divididos e protegidos por regulamentações ultrapassadas que dificultam a mobilidade na Região Metropolitana.

“É necessário incentivar a gestão compartilhada do sistema de transporte entre os municípios com um nível elevado de integração”, concluiu Loureiro.

Para reverter o processo de expansão urbana e a desarticulação, a mobilidade esperada para a Região Metropolitana do Rio, segundo o PDUI, deverá ser composta por uma rede de transporte coletivo estruturada capaz de romper a orientação radial e promover deslocamentos transversais, conectando os diversos subcentros. Os resultados seriam a redução no tempo de deslocamento, a redução do custo e a melhoria da qualidade de vida dos habitantes, além de uma metrópole sustentável, compacta e equilibrada.

Outras Notícias