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Especialistas e lideranças fluminenses debatem futuro metropolitano Modelar a Metrópole reuniu urbanistas, empresários e cidadãos no IAB

31 de maio de 2016

Especialistas dos seis eixos estruturantes do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDUI), o Modelar a Metrópole, se reuniram nesta terça-feira com representantes da sociedade civil, empresariado, concessionárias e do poder público na quarta oficina do Plano, realizada na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), no Flamengo, Zona Sul do Rio.

A abertura do evento foi realizada pelo diretor-executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro, que lembrou a necessidade da participação no desenvolvimento do PEDUI. “Nessa fase, é importante que tenhamos uma conversa mais próxima para fazer um plano efetivo, que boa parte da população almeje, e que nos conduza a uma metrópole mais justa e com mais oportunidades“.

Vicente dividiu a mesa de abertura com o presidente nacional do IAB, Sérgio Magalhães, e o presidente do IAB-Rio, Pedro da Luz. Magalhães definiu o Plano “como um meio de reduzir as desigualdades” e ressaltou a importância de que resulte na implantação de estruturas de planejamento no governo. “Esperamos que ao fim dessa etapa de planejamento, estejamos maduros para colocar o planejamento como função de Estado e assim renovarmos as esperanças de uma metrópole melhor para todos“.

Ao enumerar medidas que estão sendo adotadas pelo IAB do Rio de Janeiro, Pedro da Luz ressaltou a importância da Baía de Guanabara ao se pensar na Região Metropolitana. ”Pensamos em medidas que modifiquem esse cenário caótico dos municípios ao redor da Baía de Guanabara, de modo a garantir uma balneabilidade na área. Se a Baía for ambientalmente bem tratada, representará um reequilíbrio de bem viver dessa metrópole, o que é um tema central no Plano”.

Grupos de trabalho

Após a apresentação, os participantes então se dividiram em grupos de trabalho, para discutir e pensar propostas. Cada grupo contou com a participação de um dos especialistas consultores do Modelar a Metrópole. O eixo de mobilidade teve a colaboração do professor de Engenharia de Transportes da Coppe, Guilherme Leiva; em expansão econômica, participou o especialista em competitividade industrial, Riley Rodrigues; em habitação e equipamentos sociais, o arquiteto e consultor Ricardo Pontual; em patrimônio histórico e natural, a sócia da Jaime Lerner Associados, Valéria Bechara; em administração pública, o consultor internacional Alberto Paranhos; e em saneamento e meio ambiente, o superintendente da Câmara Metropolitana, Luiz Firmino.

Durante as oficinas, os especialistas de cada eixo procuraram oferecer alguma contextualização para o debate. Em mobilidade, disse Guilherme Leiva, “O caminho é pensar a mobilidade como um todo, já que muitas vezes essa questão apenas gira em torno da cidade do Rio de Janeiro. Queremos que as pessoas imaginem como seria o seu deslocamento pela cidade, pois assim poderemos indicar quais serão as melhores ações”.

No campo da expansão econômica, “o grande desafio é entender que a Região Metropolitana é muito fracionada. Há municípios em que o poder público é o principal empregador, outros em que a agricultura é a base econômica e outros que possuem imensa capacidade técnica e tecnológica. Não se pode pensar em 25 anos pensando na estrutura de hoje, quando algumas profissões nem existirão mais. É

preciso planejar um desenvolvimento equitativo metropolitano, com novos polos e ao mesmo tempo atender às necessidades atuais”, disse Riley Rodrigues.

Com relação a habitação e equipamentos sociais, Roberto Pontual observou que “hoje no Rio de Janeiro temos um crescimento de domicílios anual de 72 mil unidades, das quais 58 mil são de famílias com renda de até 5 salários mínimos. Os números não condizem com as políticas que estão sendo aplicadas. A produção habitacional aumentou, mas ainda está muito aquém do necessário”.

Sobre Administração pública, o consultor Alberto Paranhos enumerou alguns desafios: “O cidadão metropolitano mora num município, trabalha em outro e estuda em um terceiro; isso exige integração e coerência no processo de planejamento, coisa que em qualquer país é complicado. No Brasil talvez seja um pouco mais c por causa da autonomia municipal garantida pela Constituição. Os municípios nem sempre gostam de ceder parte do seu poder. Por outro lado, o governo precisa ter liderança para agir na operacionalização do planejamento. O importante é que a sociedade se associe ao governo para que as políticas sejam do estado e não provisórias e sujeitas a mudanças.”

Responsável pelo grupo de Patrimônio histórico e natural, a arquiteta Valeria Bechara observou que “O Rio tem uma espécie de identidade sócio-territorial, uma geografia que se impõe nos limites da própria metrópole. A paisagem é não só um ativo econômico do Rio, mas também um ativo para a qualidade de vida das pessoas. Pensar na metrópole do Rio de Janeiro é pensar sempre a partir da sua geografia.”

Entre os participantes, havia desde o presidente da ProLagos, Carlos Roma, a lideranças culturais da Baixada, como o historiador Genesis Pereira Torres. Roma, cuja empresa tem concessões de saneamento na Região dos Lagos, defendeu o modelo como solução para a Região Metropolitana. “Não podemos continuar pensando como antes, precisamos de novas soluções”, disse Roma. Genesis colocou como meta a construção de equipamentos culturais na Baixada e a criação de leis de tombamento municipais. “Essa iniciativa do Plano é muito bem vinda. A gente sonha com um futuro com mais equidade e cultura”, disse.

Uma iniciativa do Governo do Estado, através da Câmara Metropolitana, o Modelar a Metrópole conta com o financiamento do Banco Mundial. Os debates irão produzir, em julho de 2017, um documento que será referência para orientar decisões governamentais pelos próximos 25 anos e um balizador para os anseios do povo fluminense.

Contatos à imprensa:

Marcos Galvão Câmara Metropolitana marcosgalvao2008@gmail.com (21) 98888-4801

Nara Boechat Modelar a Metrópole contato@modelarametropole.com.br (21) 99197 6937

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