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Urbanistas e arquitetos tiram dúvidas sobre o PDUI em mais uma rodada de reuniões

23 de outubro de 2017

Dirigentes da Câmara Metropolitana e técnicos do Consórcio Quanta-Lerner reuniram-se no último dia 16, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), no Flamengo, para apresentar a uma plateia de arquitetos e urbanistas as propostas que compõem o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). Participaram das apresentações o diretor executivo da Câmara, Vicente Loureiro; o presidente do IAB, Pedro da Luz; o diretor de projetos do Consórcio Quanta-Lerner, Cid Blanco; e os especialistas em Habitação Ricardo Pontual e em Saneamento Básico e Resiliência Ambiental Paulo Canedo.

Loureiro falou a respeito dos eixos sobre os quais todo o planejamento do PDUI foi desenvolvido – Saneamento Básico, Patrimônio Natural e Cultural, Mobilidade e Habitação –, sobre os problemas de cada um deles e as soluções apontadas pelo Plano. Segundo o executivo da Câmara, a Região Metropolitana do Rio sofre com ações mal planejadas e com a falta de integração de projetos. Um dos exemplos citados por Loureiro foi em relação aos problemas de deslocamento na região.

“Somos a metrópole brasileira onde as pessoas levam mais tempo no deslocamento casa/trabalho/casa”, afirmou. Para o diretor, não adianta pensar que novos investimentos em um determinado modal vão solucionar os problemas. “Temos que pensar é na integração dos modais”, garantiu.

Vicente frisou ainda que muitas questões são vistas como problemas de mobilidade, quando na verdade são frutos de uma má distribuição de serviços. “Precisamos trabalhar com a ideia de polinucleação, incentivar o surgimento de novas centralidades com ofertas de trabalho e condições de desenvolvimento social”, explicou. Segundo ele, todos os dias dois milhões e meio de refeições são servidas nas escolas municipais e estaduais. Grande parte desses alimentos é produzida em outros estados e precisa ser transportada para o Rio. Algumas das consequências dessa dependência externa são o encarecimento dos produtos por causa da logística e o aumento do fluxo de caminhões de cargas nas rodovias. “É preciso usar essa demanda, por exemplo, para estimular o desenvolvimento da agricultura familiar na Região Metropolitana”, explicou Loureiro.

Os demais participantes da mesa também esclareceram dúvidas da plateia e apresentaram algumas das soluções apontadas nos eixos que estavam sob suas responsabilidades. Ricardo Pontual destacou os números do crescimento habitacional na Região Metropolitana e lamentou a falta de políticas mais eficazes. Segundo o especialista, um milhão de novas habitações serão acrescidas ao número de moradias da região até 2040, sendo que 38% dessas famílias terão renda de até dois salários mínimos.

“No auge do Minha Casa, Minha Vida, não fomos capazes de fazer metade do que cresce a Região Metropolitana por ano”, explicou Pontual. Segundo ele, o PDUI aponta algumas soluções como estimular e promover a capacitação de municípios para aplicação dos instrumentos do Estatuto das Cidades e geração de recursos para os programas habitacionais.

Já Paulo Canedo apontou o esgotamento sanitário e a segurança hídrica como dois dos principais problemas da Região Metropolitana do Rio. Mas se mostrou otimista com o PDUI e as propostas sugeridas no documento.

“O plano aponta soluções interessantes para essas duas questões. Se o que foi planejado for seguido, poderemos garantir que a RMRJ terá o serviço de água potável universalizado e 85% do esgoto recolhido e tratado até o fim do horizonte do plano”, garantiu o especialista.

Já o diretor de projetos do Consórcio Quanta-Lerner, Cid Blanco, destacou que o grande desafio do processo de construção do Plano Metropolitano foi a ausência de referências. “Vínhamos de um vácuo, ninguém debatia a metrópole no Brasil, e de repente cai um estatuto (Estatuto da Metrópole) no nosso colo. Hoje temos maturidade para discutir PDUI com outros estados”, afirmou o diretor, que reforçou que o trabalho do Plano não termina aqui. “Ele precisa ser ‘mastigado’, entendido e devorado por uma governança que ainda não existe e que, sem a qual, o Plano não se sustenta”, concluiu.

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