Plataforma logística de classe internacional

Porto de Itaguaí, terceiro maior movimentador de cargas do Brasil. Fonte: Site da Federação Nacional dos Portuários
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é uma província portuária por natureza. Nas duas baías existentes, Guanabara e Sepetiba, estão localizados importantes portos como o do Rio de Janeiro, o de Niterói e o Complexo do Porto de Itaguaí, que movimentam as mais diversas cargas para todos os estados do Brasil. Atualmente, dois desses complexos portuários estão entre os dez principais do país: o porto Itaguaí e o do Rio de Janeiro.
Para aumentar ainda seu potencial logístico, além de ter um dos mais importantes aeroportos de carga do Brasil, o Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), a região está localizada numa área de influência direta, privilegiada e estratégica, formada por conexões com Minas Gerais e São Paulo pelos modos ferroviário e rodoviário e por um sistema nacional de distribuição de cargas aéreas.
Aliada a essas características, a natureza do território, com áreas de grande profundidade capazes de abrigar portos de alta capacidade, traz potencial para a região se tornar uma plataforma logística internacional. É o que diz o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que prevê reformas no Porto do Rio, a otimização dos recursos do Porto de Niterói (importante para o transporte de óleo e gás) e melhorias no Complexo de Itaguaí (terceiro maior movimentador de cargas do Brasil).
Para os próximos anos, está prevista a construção da ligação ferroviária entre Rio de Janeiro e Vitória, no Espírito Santo. Aproveitando esse projeto, o Plano Metropolitano detectou algumas potencialidades, ainda em estágio de análise, como a extensão do Arco Rodoviário Metropolitano até Maricá, que traria à Região Metropolitana uma rodovia de excelência logística, com conexões com os mais importantes centros industriais da região: o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e o Polo Gasquímico de Duque de Caxias, entre outros, permitindo melhor dinâmica industrial e logística da região para sua franja. Outro projeto sugerido é a construção do Terminal de Ponta Negra, em Maricá, dentre diversas intervenções para alavancar ainda mais o setor.
Essas melhorias, em conjunto com a criação de uma estrutura logística eficiente e de infraestrutura adequada, podem dinamizar a economia local em longo prazo, já que, segundo especialistas do Plano Metropolitano, o aprimoramento da atividade logística faz parte dos princípios básicos para o reequilíbrio econômico da Região.
Potencial dos Portos
Diagnósticos do Plano mostram que o Porto do Rio de Janeiro foi responsável por 1,2% do volume movimentado pelo Brasil em 2014 no comércio internacional, sendo o 3º porto brasileiro em valor agregado, com US$ 1.871 por tonelada. As projeções feitas na fase de Visão de Futuro indicam que, em 2040, com as reformas necessárias, o porto possa saltar para 20 milhões de toneladas movimentadas, com destaque para produtos de maior valor agregado. Com o aumento da capacidade, o Porto do Rio, que gera hoje 30 mil empregos diretos e indiretos com salário médio de 3,1 salários mínimos, poderá ter um forte incremento da mão de obra com a geração de sete mil empregos diretos e 10 mil indiretos.
Já o Complexo Portuário de Itaguaí, um dos mais importantes do Brasil, oferece ótimas condições de acesso, com conexões de alta capacidade pelo modo rodoviário, ferroviário e aquaviário. Uma proposta de duplicação do canal de acesso e a adequação de bacias de evolução e dos fundeadouros poderão dobrar a capacidade de movimentação no complexo, chegando a 3.600 embarcações por ano. Por último, o Porto de Niterói foi o 10º porto brasileiro em volume movimentado em 2014, com 10,6 milhões de toneladas. É um porto de exportação, em especial, de petróleo e óleos brutos.
Arco Metropolitano: eixo fundamental
Dentre as vantagens da integração logística, destaca-se o Arco Metropolitano, um dos eixos fundamentais para a plataforma logística internacional da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No longo prazo, o Arco Metropolitano gerará efeitos positivos sobre o PIB, além dos impactos sobre a reordenação do espaço urbano.
As pesquisas apontam, também, que o trecho de movimento de carga do sistema ferroviário que passa pela Região Metropolitana (Ferrovia Minas, Rio, São Paulo – MRS e a Centro Atlântica – FCA) totaliza 1,2 mil quilômetros, equivalente a 4% da malha nacional. Especificamente nas ferrovias do Rio de Janeiro, as principais cargas transportadas são de minérios e subprodutos com destino ao Porto de Itaguaí.
No que se refere ao transporte aéreo, o Galeão é o segundo principal aeroporto internacional do Brasil e o terceiro aeroporto internacional de cargas do país. Já o Aeroporto Santos Dumont, com rotas exclusivamente nacionais, registrou o quinto maior volume de movimentos aéreos do país em 2015.
Para que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro se torne uma plataforma logística de nível internacional é necessária uma série de medidas de estruturação e sistemas de apoio. Para isso, o Plano sugere ações de curto prazo (5 anos), que devem ser destinadas a realizar ajustes institucionais e legais, além de intervenções de menor porte, que contribuam para melhor infraestrutura e desempenho.
De acordo com o Plano Metropolitano, as medidas de médio prazo serão destinadas a fortalecer as infraestruturas logísticas e áreas de apoio, realizando intervenções de maior investimento e que garantam uma excelência na capacidade de atendimento da demanda por movimentação, para além do período temporal do Plano Diretor. Já as medidas de longo prazo são destinadas a expandir a capacidade dos sítios logísticos para seu limite máximo, de forma a ofertar uma capacidade que se torne um diferencial na atração de novos usuários do sistema.